De um diagnóstico de celulite a uma fasceíte necrosante em paciente com diabetes

De um diagnóstico de celulite a uma fasceíte necrosante em paciente com diabetes

A Estética e as especializações em Dermato fazem parte da área da Saúde e, por isso, o paciente deve ser recebido com todo cuidado. Após a recepção, o paciente deve ser avaliado e questionado sobre o que sente na suposta região com adiposidade localizada. Uma celulite precisa ser analisada com o devido cuidado.

Somente após a análise clínica e a escuta do que é relatado pelo paciente é que se deve começar as orientações. É de praxe verificar os sinais vitais e anotá-los no prontuário do paciente. 

Algum paciente pode achar estranho entrar em uma Clínica de Estética e ter aferida sua pressão? Não deveria. Da mesma forma como ter verificada a temperatura corporal, pulso e respiração. Estamos em tempo de pandemia e isso sim faz parte de todo protocolo de Biossegurança.

A questão é somente a adiposidade localizada? Não, visto que o corpo humano é um conjunto.

Segundo o artigo científico “Celulite de membro superior evoluindo para fasceíte necrosante em paciente com diabetes mellitus 2 – relato de caso” (2004):

“A rápida evolução para fasceíte necrosante e a consequente amputação não é o desfecho esperado em um paciente com quadro inicial de celulite (…) Paciente sexo feminino, 76 anos, branca, aposentada, procurou o Hospital Universitário da FURG em 12 de junho de 2013 com sinais flogísticos em membro superior esquerdo, que acometia mão e punho, e sinais sistêmicos de toxemia, incluindo febre e desorientação. Apresentava lesão puntiforme na base do 1º quirodáctilo, que, segundo informado por familiares, teria aparecido nas últimas 24h, provavelmente ocasionada por faca de cozinha. Paciente diabética há cerca de 30 anos, em insulinoterapia, hipertensa, ex-tabagista, portadora de insuficiência renal crônica grau IV. Foi diagnosticada com “celulite do membro superior” e iniciado antibioticoterapia com Ciprofloxacina e Clindamicina”

Uma paciente como essa não pode ser avaliada somente via adipometria. Afinal, a medição das pregas cutâneas de espessura da pele e do tecido adiposo subcutâneo só vai apresentar uma parte do exame clínico em Estética. Após o descarte de quaisquer outras patologias é que se deve começar a conduta específica sobre os processos dermatológicos. 

Ana Célia Costa

Acadêmica de Fisioterapia.

Jornalista (DRT 326)