Archives março 2023

De um diagnóstico de celulite a uma fasceíte necrosante em paciente com diabetes

A Estética e as especializações em Dermato fazem parte da área da Saúde e, por isso, o paciente deve ser recebido com todo cuidado. Após a recepção, o paciente deve ser avaliado e questionado sobre o que sente na suposta região com adiposidade localizada. Uma celulite precisa ser analisada com o devido cuidado.

Somente após a análise clínica e a escuta do que é relatado pelo paciente é que se deve começar as orientações. É de praxe verificar os sinais vitais e anotá-los no prontuário do paciente. 

Algum paciente pode achar estranho entrar em uma Clínica de Estética e ter aferida sua pressão? Não deveria. Da mesma forma como ter verificada a temperatura corporal, pulso e respiração. Estamos em tempo de pandemia e isso sim faz parte de todo protocolo de Biossegurança.

A questão é somente a adiposidade localizada? Não, visto que o corpo humano é um conjunto.

Segundo o artigo científico “Celulite de membro superior evoluindo para fasceíte necrosante em paciente com diabetes mellitus 2 – relato de caso” (2004):

“A rápida evolução para fasceíte necrosante e a consequente amputação não é o desfecho esperado em um paciente com quadro inicial de celulite (…) Paciente sexo feminino, 76 anos, branca, aposentada, procurou o Hospital Universitário da FURG em 12 de junho de 2013 com sinais flogísticos em membro superior esquerdo, que acometia mão e punho, e sinais sistêmicos de toxemia, incluindo febre e desorientação. Apresentava lesão puntiforme na base do 1º quirodáctilo, que, segundo informado por familiares, teria aparecido nas últimas 24h, provavelmente ocasionada por faca de cozinha. Paciente diabética há cerca de 30 anos, em insulinoterapia, hipertensa, ex-tabagista, portadora de insuficiência renal crônica grau IV. Foi diagnosticada com “celulite do membro superior” e iniciado antibioticoterapia com Ciprofloxacina e Clindamicina”

Uma paciente como essa não pode ser avaliada somente via adipometria. Afinal, a medição das pregas cutâneas de espessura da pele e do tecido adiposo subcutâneo só vai apresentar uma parte do exame clínico em Estética. Após o descarte de quaisquer outras patologias é que se deve começar a conduta específica sobre os processos dermatológicos. 

Ana Célia Costa

Acadêmica de Fisioterapia.

Jornalista (DRT 326)

 K-Beauty: Cosmética Coreana no Paraguay

Quem chega à Ciudad del Este pensando apenas em Victoria Secrets, não sabe que a segunda maior cidade do Paraguay também está se tornando o centro da beleza coreana nessa área da América do Sul.

Entre as marcas encontradas estão: Holika Holika (criada em 2010), Aekyung (linha Beauty Care), It´s Skin (com o sucesso da Mango White Cleasing Foam), Mom´s Bath Recipe (Korea Exfoliating), etc.

A região onde é possível encontrar os cosméticos coreanos é no Centro. Um exemplo é o Shopping Terra Nova, que também oferece alguns cursos de Estética.

Segundo informações da organização “Masque Visage Maison”:

“K-Beauty é um fenômeno. Tudo começou no início dos anos 2000. A Coreia vivia então uma grande crise financeira. A mesma que o resto do mundo viveu em 2008. O país vivia de crédito. Esse crédito não era garantido e um dia tudo explodiu. As pessoas perderam a poder de compra. Grupos então decidiram criar suas próprias marcas. Transformaram várias lojas independentes em franquias. Isso foi uma verdadeira solução de sobrevivência não só para as perfumarias, mas também para as marcas”.

Você já conheceu a K-Beauty?

Ana Célia Costa

Acadêmica de Fisioterapia.

Jornalista (DRT 326)

Hidratação da pele e suavização de rugas, manchas e cicatrizes

Você sabe quais os principais componentes presentes na fórmula do peeling vegetal e suas respectivas funções?

O peeling vegetal tem o mesmo efeito de um ato mecânico de esfoliação. Possui um nível médio de profundidade. Sua ação é na epiderme, a derme papilar e camadas superficiais da derme reticular. O resultado é a suavização das rugas, manchas e cicatrizes de acne. Também chamado de gomagem, é um método vegetal e natural de descamar a pele. Alguns ativos usados são buchas vegetais, açúcar e fubá, por exemplo. 

E quais ativos podem  substituir a hidroquinona em uma formulação CLAREADORA? 

Há componentes que podem ser usados no lugar da hidroquinona por ter o seu mesmo mecânico de ação. Entretanto, sem ter os mesmos efeitos adversos. Exemplos:

  • Alfa-arbutin 
  • Vitamina C 
  • Alfa-hidroxiácidos: ácido glicólico, ácido málico, ácido mandélico e ácido lático.
  • Ácido Elágico. 
  • Niacinamida.

De acordo com o artigo “Desenvolvimento e validação de metodologia analítica para a determinação do teor de ácido glicólico na matéria-prima e em formulações dermocosméticas” (2007):

“O ácido glicólico é também um agente clareador hidrofílico, que aumenta a hidratação da pele (Chang, Chang, 2003) e aumenta a elasticidade da pele. Essa ação se deve provavelmente à estimulação direta na produção de colágeno, elastina e mucopolissacarídeos nas camadas profundas da pele (Ditre, Griffin, Murphy, 1996).

Sistemas como lipossomas e microesferas têm sido estudados com o objetivo de otimizar as propriedades cosméticas do ácido glicólico, diminuindo seus efeitos adversos (Perugini et al., 2000).

Em 1996, a Revisão de Ingredientes Cosméticos (CIR) concluiu ser seguro o uso dos alfa-hidroxiácidos em produtos cosméticos até 10% e que o pH final da formulação não deveria ser inferior a 3,5 (Johnson, Kligman, 2000). A apresentação do Guia para a Indústria aplicada a produtos cosméticos contendo alfa-hidroxiácidos estabelece o uso em até 10% e pH maior do que 3,5; já para produtos de uso profissional é permitida concentração de até 30% e o pH maior do que 3,0 (Draft Guidance for Industry, 2002).

Na literatura está preconizada a determinação de ácido glicólico em formulações pelo método de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), sendo este método seletivo e de determinação rápida.. A separação de alfa-hidroxiácidos, fenol, resorcinol e ácido salicílico em produtos cosméticos também utilizaram a CLAE com extração em fase sólida (Yates, Havery, 1999).”

Ana Célia Costa

Acadêmica de Fisioterapia.

Jornalista (DRT 326)

Quais as contraindicações em relação aos peelings químicos?

O que pode mudar o resultado de um peeling químico é a aplicação em pessoas que usam alguma medicação. Exemplos: pessoas com patologias cardíacas, renais e hepáticas. É importante que a Esteticista pergunte se o paciente faz uso de alguma medicação e se possui alguma patologia antes da realização de qualquer procedimento. Estética é Saúde e isso não pode ser ignorado durante a consulta. 

Também há contra-indicação para pessoas que não podem evitar situações de calor intenso. Exemplo: quem trabalha ao ar livre e que também precisa ficar exposto ao sol. 

De acordo com o artigo “Rejuvenescimento da pele por peeling químico” (2004):

“O peeling químico é também chamado de resurfacing químico, quimioesfoliação ou quimiocirurgia e consiste na aplicação de um ou mais agentes cáusticos à pele, produzindo uma destruição controlada da epiderme e sua reepitelialização. Sua popularidade ocorre por propiciar melhoramento da aparência da pele danificada por fatores extrínsecos, intrínsecos e também por cicatrizes remanescentes.

O peeling químico é classificado em três tipos: superficial, médio e profundo, assim descritos.

O peeling superficial tem ação na epiderme e utilizam-se como substâncias ativas os alfa-hidroxiácidos (AHAs), beta-hidroxiácidos (ácido salicílico), ácido tricloroacético (TCA), resorcinol, ácido azelaico, solução de Jessner, dióxido de carbono (CO2) sólido e tretinoína. É indicado para casos de acne, fotoenvelhecimento leve, eczema hiperquerostático, queratose actínica, rugas finas e melasma.

O peeling médio tem ação na derme papilar e utiliza como substâncias ativas combinações de TCA com CO2, TCA com solução de Jessner, TCA com ácido glicólico ou somente o TCA e resorcina. Possui a mesma indicação que o peeling superficial, além de ser indicado em lesões epidérmicas.

O peeling profundo tem ação na derme reticular. São utilizados como componentes ativos o TCA a 50% e o fenol (solução de Baker-Gordon), entre outros. É indicado para os casos de lesões epidérmicas, manchas, cicatrizes, discromias actínicas, rugas moderadas, queratoses, melasmas e lentigos.”

Ana Célia Costa

Acadêmica de Fisioterapia.

Jornalista (DRT 326)